Notícia original — Por O GLOBO — Rio de Janeiro: O Globo
Entenda de que forma uma narrativa inusitada tomou força e virou fenômeno nacional
Nos últimos dois dias, o Brasil se viu imerso em discussões sobre a suposta marca premium de ovos lançada por Gracyanne Barbosa — com embalagens luxuosas, slogans chamativos, unboxings dignos de joalheria e uma história construída para viralizar. No entanto, o plot twist: o produto não existia. Tratava-se de uma campanha do Canva, projetada para evidenciar o potencial criativo da plataforma.
A revelação surpreendeu tanto o público quanto o mercado de marketing, que assistiu a um caso de viralização espontânea se tornar um exemplo concreto de como uma ideia simples pode gerar grande impacto cultural.
Para o estrategista de marca Alê Vazz, baseado em Londres, a ação foi um acerto estratégico. “O Canva fez o que poucas marcas têm coragem de fazer: usou o absurdo como ferramenta de ensino. Não venderam ovos. Venderam imaginação. Venderam a prova de que qualquer pessoa pode criar algo culturalmente relevante utilizando a plataforma”, afirmou.
A ação se mostrou bem pensada em todos os aspectos.
- Criaram um produto deliberadamente curioso para gerar humor, fofoca e engajamento.
- Deixaram a internet fazer o resto, sem interferir.
- Quando a especulação tomou conta, revelaram a verdade e conectaram tudo ao propósito do Canva.
Para Alê, o timing foi impecável. “Eles perceberam que a melhor propaganda não é a que se apresenta, mas a que se revela. O Brasil deu risada, discutiu, compartilhou e, no final, descobriu que tudo foi criado no Canva. É uma jogada brilhante”, declara.
O que parecia uma brincadeira virou uma das campanhas mais comentadas do ano, mostrando que criatividade, quando bem executada, pode ter mais impacto do que mídia comprada.
A lição?
O futuro do marketing está em criar histórias que o público queira espalhar, não porque foi pago para isso, mas porque são boas demais para serem ignoradas. “O Canva não entrou na conversa. Ele a criou. E esse é o nível mais alto de branding”, conclui Vazz.
